FELV: um dos maiores vilões da medicina de felinos
Este inicio de 2016, nem tão início já se vão quase dois meses, mas o verão é sempre uma época de muitas atividades, recebemos estagiários de outras cidades e estados na clínica e é o período de férias das nossas veterinárias.
Em virtude dos inúmeros casos que atendo e compartilho com colegas de seus casos resolvi iniciar o ano falando sobre um dos maiores vilões da medicina de felinos: FELV, leucemia viral felina. Apesar de ter sido descoberta em 1964 a FELV começou a ganhar notoriedade nos últimos dez anos. Este fato pode estar ligado há um maior número de kits para exames, mas também pelo fato de o gato estar ocupando um maior espaço no nosso coração.
A FELV ocorre apenas em felinos, não acometendo humanos. Pode ser transmitida por contágio sexual, gestação, amamentação e saliva, sendo esta última muito importante, pois os gatos costumam lamber uns aos outros.
A doença é silenciosa e não tem nenhum sinal específico. Um gato contaminado por FELV poderia desenvolver anemia, problemas de imunidade e linfomas que são tumores. Há alguns gatos que mesmo com FELV se mantém assintomáticos, ou seja, não ficam doentes, porém são menos numerosos.
O diagnóstico é feito através de um teste sorológico de sangue que detecta o antígeno da FELV. Deve ser feito um teste e sua repetição em 30 dias afim de evitarmos os falsos negativos. O gato pode ter entrado em contato muito próximo ao exame com a FELV e o teste ainda não conseguir detectará presença do antígeno. No período entre um teste e o outro o gato deve ficar separado do convívio de outros gatos.
Não existe tratamento ou cura para a FELV. O que tratamos são as complicações da felv como a anemia e os tumores, porém como não há cura o paciente pode ficar novamente doente. Devemos vacinar os gatos negativos que convivem com outros gatos positivos ou que tem acesso à rua para protege-los de uma infecção, porém nenhum vacina fornece proteção cem por cento.
A vacina é muito importante e é, no momento, indispensável para que possamos proteger nossos bigodinhos. Como veterinária de felinos vejo, pelo menos, um gato contaminado por dia e esta triste realidade assola todo nosso país. Há estados brasileiros onde a prevalência da doença chega a mais de 40% da população de gatos.
Nunca misture gatos sem testar antes e retestar. Quem ama protege e cuida. Há uma campanha entre os veterinários clínicos que chama #mioutestou, vamos fazê-la tornar se gigante e chegar a todo pequeno município de nosso país. Precisamos enfrentar a FELV ou ela vai continuar roubando precocemente a vida de nosso amados gatinhos.
Informe-se, leia e procure seu veterinário.
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